quinta-feira, 18 de abril de 2019

Páscoa das crianças do Hospital do Câncer, do Recife.

Encenação da Paixão de Cristo pelas Crianças do Hospital de Cancer, Recife. Bonito de se vê e refletir sobre  o porquê das criaçãs serem tão especias.

Cristo, Senhor dos Homens , Reis dos Reis, invoca ao pai perdão pelos seus inimigos.

Uma das maiores lições de humildade e simplescidade de Jesus á humanidade .




Jesus entra em Jerusalem 




Jesus convida os apostolos para a última ceia


O sofrimento de Jesus diante o peso  da cruz, o peso dos nossos pecados


Cristo cai, recebe o carinho da mãe e continua a saga do Sofrimento até ao calvário.

Jesus Cristo, Rei dos Judeus e de todos nós,morto e crucificado pelo e por todos nós


Maria, mae de Jesus sofre a dor da perda do filho e do seu Senhor.

 Fotos enviadas por Francisco  Galindo
 Edição: Edimilson

terça-feira, 16 de abril de 2019

POSSO FICAR NU?

Por Francisco Galindo

"Regata crospped com pesponto faz sucesso em Arcoverde" é o que me aparece sem convite, mal inicio uma vadiagem pela internet. Estava no ambiente do El País, algo relativamente longe da cidade e mais vizinho da França, salto virtual que tentei para suar mais perto do fogo que consumia Notre-Dame. O algoritmo, miríade de dados comparados, me achou. Você que mora em Arcoverde, que tal uma regata crospped, quando voltar pra real?

       Não estamos mais sozinhos. Tem sempre algo ou alguém que acende a sensação de que somos vistos de esguelha. Que não somos donos de fechaduras à prova de chave falsa. É preciso inimistar-se com o banco e sustar a compra de um javali em Manaus, porque nunca fui tão afastado ou já vali tão pouco para querer bicho tão porco. Nossas senhas devassadas mostram a esterilidade e a inocência de combinar algarismos privados. Tem você aí uma TV smart no quarto?  Cuidado com ela. Há quem garanta que elas olham de dentro pra fora, quem sabe retêm na memória e sabe-se lá se não mostram no primeiro balcão de oficina técnica. Contra a bisbilhotice, e dado o que se dá nas alcovas, aconselham-se cortinado na smart e santos contra a parede.

      A privacidade foi uma das maiores conquistas do esforço civilizatório. Demorou, mas aquele tempo todo em que a gente andava de tacape e se abrigava numa furna só, incomodou até que a gente melhorou o grunhido e desejou um canto pra bater um tambor particular. Depois de uma bordoada de giros do planeta na cintura do sol, eis que chegamos ao Facebook e Google e seus mimetizados, em cujas mãos sacudimos os anéis de nossos dados, entregues para a agitação de compra e venda. " Você que comprou o livro "Outros Jeitos de Usar a Boca", de Kaur Rupi, nesta semana- eles sabem dia e hora e site de preferência- que tal ter dentes brancos e bonitos na OdontoPrevi, com opções sem carência e 6 X sem juros?" Ridículo da confrontação algorítmica: o livro, poemas de sobrevivência, amor e abuso, é bronca. O plano é broca.

       A luta livre contra a privacidade já tevw aeu furor na pressão feita por certa ortodoxia evangélica americana que intentou a legalidade de uma política de invasão de casas e aprisionamento de quem estivesse habituado em bebedeira, homossexualismo ou adultério. Sanha moralista que se arvorou em solapar o desejo, as vontades e as escolhas, que no conjunto organizam caráter e privacidade. A intimidade e a liberdade pessoal sempre foram alvos dos Estados totalitários, receosos da resistência velada. Desencorajados e combatidos, estes movimentos migraram ou alternaram a vigilância moral ou política com sua exterioridade e visibilidade para um viés mercantil, que a socióloga Shoshanna Zuboff entende como "capitalismo de vigilância", a prática, cada vez mais consolidada em nosso  tempo, de esparramar tentáculos de sedução e controle das vontades e iniciativas de aquisição, com sacrifício da privacidade, nem sempre percebido.

      A gente quer também ficar sozinho. Sem rastreadores de vontades. Sem aparelhos inteligentes que mostram sem avisar que também armazenam. Sem vigilância de anunciantes. O risco explícito é de que os dados a serviço da rede de controle de perfis de  consumidores possam a qualquer tempo servir a outras intenções, como bem provavelmente ocorre nos processos eleitorais e listas de rastreamento. Podemos ficar sem regata pespontada e sem nada da cintura pra baixo?