Você precisa saber da piscina, da margarina, da Carolina, da gasolina...” no trecho inicial do clássico do movimento tropicalista, a canção “Baby”, escrita por Caetano Veloso e interpretado com a voz sempre magnífica de Gal Costa, esses baianos, nos trazem o sonho da Cultura Pop nos 60/70 onde eles listam coisas que fazem parte do movimento consumista daquela época.
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Você
precisa saber da piscina, da margarina, da Carolina, da gasolina...” no trecho inicial do clássico do
movimento tropicalista, a canção “Baby”, escrita por Caetano Veloso e
interpretado com a voz sempre magnífica de Gal Costa, esses baianos, nos trazem
o sonho da Cultura Pop nos 60/70 onde eles listam coisas que fazem parte do
movimento consumista daquela época. Embora tenha iniciado esse texto com a
canção é bem provável, caro leitor, que seja necessário se distanciar dessa
obra prima, para poder falar de tempos mais atuais.
Durante
todo processo eleitoral utilizei-me do direito ao silêncio, os colegas não me
viram nos corredores da universidade defendendo cordões ou até mesmo, nas
habituais postagens das redes sociais manifestando minha opinião sobre os
presidenciáveis.
Embora
estivesse calado, não significou que deixei de levar a diante a minha missão
política, fosse no meu trabalho, no seio de minha família ou em qualquer
ambiente que achei pertinente, mas sem defender projeto A, B, C ou D, por que
normalmente quando falamos em Eleições, geralmente nos retemos a dicotomia,
onde o mundo parece estar dividido em bons e maus. Não vi debates, as postagens
do Facebook, só li, quando obrigado, e fiquei até chateado quando um sábio e
respeitado colega, me incluiu em marcação “Professores com Dilma!”,
elegantemente retirei meu nome da marcação e, espero não ter magoado o nobre
amigo.
Pois
bem, já que citei a missão política acho interessante deixar claro alguns pontos:
sou e sempre serei a favor das minorias, não concordo com a discriminação sobre
qualquer forma, não acredito que o poder econômico tenha a solução para os
problemas da humanidade e que lucro deve vir em primeiro lugar. Por isso,
defendo uma Educação Pública e que ela seja para todos e de qualidade, por isso
reconheço que a tudo que é publico deve ser tratado com zelo, idoneidade,
austeridade, respeito. Sou de esquerda? Direita? Não sei se essa geometria
dualista me serve. Porém é certo, que espero nunca me acovardar diante de uma
boa briga em defesa da vida. Sou contra alienação, e como diria Paulo Freire na
sua Pedagogia da Autonomia, prezo pela ética universal, uma que é
inquestionável.
Não
vi, ao menos com seriedade, nenhum dos presidenciáveis apresentar propostas
concretas para os grandes problemas do nosso país, entra governo e sai governo,
e Amazônia pena, a corrupção perdura, os grandes projetos não passam de molas
propulsoras para fins eleitoreiros. E
Educação, embora enxergue melhorias e avanços, ainda é uma velha desconhecida
de quem governa esse país, digo isso porque os números atuais arramados a mil e
um indicadores, muitas vezes não refletem a real situação de muitas escolas,
digo isso com a propriedade de quem no último teve oportunidade de dialogar com
brasileiros e professores de pelo menos 3 regiões distintas do nosso Brasil.
As
eleições foram singulares pelos tantos acontecimentos, porém em nenhuma das
eleições que participei estive tão angustiado pelo direito, aliás do dever de
votar, especialmente no segundo turno, pois não anularia meu voto, pelo
contrário eu voto por consciência, voto para cobrar depois, por isso, destaquei
na minha primeira e única postagem das eleições 2014 “que discursinho
presidenta Dilma”, pois naquela noite eu esperava mais de quem governa a nação.
A
corrupção? Fora Dilma? Nordeste X Sul e Sudeste? O que mais vão inventar?
Aliás, que tipo de movimentos medíocres irão fomentar a fim de causar caos e
instabilidade política em um país que já tem sido fragilizado?
Quem usa da máquina pública para
obter lucro deve ser punido! A própria estrutura deve ser desmontada banida da
estrutura pública nas suas mais variadas instâncias e, sobretudo, das nossas
ações diárias, que muitas vezes são um reflexo do maior problema de nosso país.
Quem
não admite que as eleições passaram, quem fomenta movimentos idiotas para
derrubar a atual e eleita presidenta, passa longe de querer justiça, passa
longe de querer mudança, mudança se faz com Educação, mudança até se faz com a
revolução, porém não é a revolução a mando da elite. Os resultados estão aí,
desde o primeiro turno quando tínhamos mais de 5 candidatos, a grande maioria
dos votos optou pela dicotomia, o país assim como os municípios não tem coragem
de mudar, não apostam, não votam pela mudança e sim, pela simpatia que tem por
uma ou outra corrente política.
E
a gasolina? Já subiu... mas nem por isso me convence de que assim tinha que
ser. O que isto tem haver com tudo que falei? Gasolina a R$ 3,20 só interessa
ao mercado! E sobre isso que falava no início do texto, temos que cuidar das
pessoas e não poder econômico. Então postaram “mas no tempo de FHC...” espera
aí, desde quando tudo agora é justificado a partir de comparações entre governo
PT e governo PSDB? Mas alguém postou, compre uma bicicleta... tudo bem... já
fiz isso, mas conheço um punhado de coisas que se tem para fazer, a gasolina
não incide sobre o meu transporte individual, entendeu companheiro? Reclamo,
porque não admito!
Por
fim, peço... assim como na canção... Baby, você precisa saber de mim, saber das
coisas daqui!
Registro também meu agradecimento
ao incansável redator deste jornal que pacientemente me provocou e cobrou... Zé
de Nica, a você meu respeito e admiração. Obrigado.
José Luiz Cavalcante
Universidade Estadual da Paraíba
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