A identidade afro-brasileira de Tupanatinga.
A Praça Cel. José Emílio de Melo tornou-se palco de celebração, reflexão e reconhecimento durante o II Encontro da Consciência Negra, promovido pela Associação de Cultura e Jovens de Tupanatinga (ACJT) neste sábado (22), a partir das 18h. O evento reuniu centenas de moradores, estudantes, professores, autoridades e artistas locais em uma noite marcada por palestras, apresentações tradicionais, sorteios e manifestações culturais profundamente enraizadas na identidade do município.
Arte, tradição e ancestralidade no centro da praça
A programação trouxe apresentações que evidenciaram a riqueza das tradições afro-brasileiras presentes no município. O público prestigiou, inicialmente, a força do Grupo Samba de Coco Raiz de Tupanatinga, que apresentou repertório tradicional e reforçou a ligaç
ão entre ancestralidade, ritmo e resistência cultural.
Outro momento marcante foi a presença vibrante do Movimento de Capoeira Negro Fujão de Tupanatinga, uma das mais antigas manifestações de matriz africana ainda vivas no município. Com rodas, toques e jogos, o grupo prestou homenagem aos antepassados, reafirmando a capoeira como prática de corpo, luta, arte e liberdade.
A noite contou também com a expressividade da Banda de Pífano, referência na música popular tradicional do Sertão. Seus instrumentos de sopro e percussão levaram ao público a sonoridade típica das manifestações criadas e preservadas historicamente por comunidades afrodescendentes e rurais da região.
Reflexão e consciência social
A palestrante convidada, Professora Maria de Lourdes da Silva Batista, trouxe uma abordagem firme e esclarecedora sobre o tema “Racismo e Preconceito”. Durante sua fala, destacou como essas questões continuam presentes no cotidiano e reforçou a responsabilidade social de enfrentá-las. Sua palestra ampliou o diálogo sobre respeito, equidade e reconhecimento das lutas históricas da população negra.
Cultura, memória e pertencimento
O evento consolidou-se como um grande encontro de fazedores e fazedoras de cultura, que compartilharam suas experiências e reafirmaram o compromisso coletivo com a preservação das tradições afro-brasileiras de Tupanatinga. As apresentações e discursos reforçaram o valor da diversidade cultural como fundamento da identidade local.
A população marcou presença de forma expressiva, demonstrando apoio, entusiasmo e orgulho das manifestações culturais que fazem parte da história do município. A noite foi de celebração, mas também de reflexão e fortalecimento do sentimento de pertencimento.
Um marco na valorização da identidade afro-brasileira
Com grande participação popular e uma programação abrangente, o II Encontro da Consciência Negra reafirmou o papel da ACJT na promoção da valorização cultural e no registro das raízes que constituem a memória tupanatinguense.
Eventos como este fortalecem a transmissão de saberes, estimulam o respeito às diferenças e celebram a resistência de um povo que, através da arte, da fé e da tradição, constrói diariamente a história de Tupanatinga.
