sábado, 24 de dezembro de 2016

NATAL: FESTA DA HUMANIDADE DE DEUS E DA COMENSALIDADE

A comensalidade supõe  a cooperação e a solidariedade de uns para com os outros. 




por Leonardo Boff

O Natal é repleto de significados. Um deles foi sequestrado pela cultura do consumo  que, ao invés do Menino Jesus, prefere a figura do bom velhinho, o Papai Noel, porque é mais apelativo para os negócios. O Menino Jesus, ao invés, fala da criança interior que carregamos sempre dentro de nós, que sente necessidade de ser cuidada e quando, já crescida, tem o impulso de cuidar. É aquele pedaço do paraíso que não foi totalmente perdidoEle é a eterna Criança, feito de inocência, de espontaneidade, de encantamento, de jogo e de convivência com os outros sem qualquer discriminação.

Para os cristãos é a celebração da

“proximidade e da humanidade” de nosso Deus, como se diz na epístola a Tito (3,4). Deus deixou-se apaixonar pelo ser humano que quis ser um deles. Como diz belamente Fernando Pessoa em seu poema sobre o Natal: “Ele é a eterna Criança, o Deus que faltava; ele é o divino que sorri e que brinca; a criança tão humana que é divina”.
Agora temos um Deus criança e não um Deus, juiz severo de nossos atos e da história humana. Que   alegria interior sentimos quando pensamos que seremos julgado por um Deus criança. Mais que nos condenar, quer conviver e se entreter conosco eternamente.
 O seu nascimento provocou uma comoção cósmica. Um texto da liturgia cristã  diz de forma simbólica: ”Então as folhas que farfalhavam, pararam como mortas; então o vento que sussurrava, ficou parado no ar; então o galo que cantava, parou no meio de seu canto; então as águas do riacho que corriam, se estancaram; então, as ovelhas que pastavam, ficaram imóveis; então o pastor que erguia o cajado, ficou como que petrificado; então nesse momento, tudo parou, tudo silenciou, tudo suspendeu o seu curso: nasceu Jesus, o Salvador das gentes e do universo”.
O Natal é uma festa de luz, de fraternidade universal, festa da família reunida ao redor de uma mesa. Mais que comer, comunga-se da vida de uns e de outros  e da generosidade dos frutos de nossa Mãe Terra e da arte culinária do trabalho humano.
Por um momento, esquecemos os afazeres cotidianos, o peso da existência trabalhosa, as tensões entre familiares e amigos e nos irmanamos na alegre comensalidade. Comensalidade significa comer juntos ao redor da mesma mesa  (mensa) como se fazia outrora: todos da família se reuniam, conversavam, comiam e bebiam à mesa, pais, filhos e filhas.
A comensalidade é tão central que está ligada à própria emergência do ser humano enquanto humano. Há sete milhões de anos começou a separação lenta e progressiva entre os símios superiores e os humanos, a partir de um ancestral comum. A singularidade do ser humano, a diferença dos animais, é reunir os alimentos, distribui-los entre todos, começando pelos mais novos e pelos idosos e depois entre todos.
A comensalidade supõe  a cooperação e a solidariedade de uns para com os outros.  Foi ela que propiciou o salto da animalidade para a humanidade. O que  foi verdadeiro ontem, continua verdadeiro hoje. Por isso nos dói tanto ao saber que milhões e milhões não têm nada para repartir e passam fome.
No dia 11 de setembro de 2001 ocorreu a conhecida atrocidade: os aviões que se jogaram contra as Torres Gêmeas. No ato, morreram cerca de três mil pessoas.
No mesmo dia, exatamente, 16.400 crianças, abaixo de cinco anos, morriam de fome e de desnutrição. No dia seguinte e durante todo o ano, doze milhões de crianças foram vitimadas pela fome. E ninguém ficou e fica estarrecido diante desta catástrofe humana.
Neste Natal de alegria e de fraternidade, não podemos esquecer esses que Jesus chamou de “meus irmãos e minhas irmãs menores”(Mt 25, 40) que não podem receber presentes nem comer qualquer coisa.
Mas não obstante este abatimento, celebremos e cantemos, cantemos e  nos alegremos porque nunca mais estaremos sós. O Menino se chama Jesus, o Emanuel que quer dizer: “Deus conosco”. Vale esse pequeno verso que nos faz pensar sobre nossa compreensão de Deus, revelada no Natal:

         Todo menino quer ser homem.

         Todo homem quer ser rei.

         Todo rei quer ser ‘deus’.

         Só Deus quis ser menino”.

         Feliz Festa de Natal do ano da graça de 2017.


Feliz Natal, boa Conexão e boas noticias


Mensagem de Natal do conexão aos amigos que curtem e compartilham das grandes ideias, boas ações e das  informação  culturais  da nossa cidade e Região.


Ele chegou! Como de costume, veio nos trazendo alegria e renovação. Uma sensação de paz toma conta da gente. A cidade, claro, ficou mais bonita tão logo deu o ar da sua graça.

O Natal é sempre bem-vindo! Sentimo-nos melhores com sua presença, da qual queremos desfrutar cada minuto. É assim que fazemos desde a nossa infância. Já parou para pensar em quantos sons e imagens nos remetem à agradável lembrança dos nossos natais?

Por falar nisso, ao longo do tempo muita coisa tem mudado na forma de compartilharmos os nossos sentimentos de fraternidade e de propagarmos o espírito natalino.

Quem poderia imaginar que as mensagens que antes levavam dias até chegar ao destino, na forma dos tradicionais cartões de Natal, passariam a ganhar o mundo em segundos? Graças à capacidade do homem de se reinventar.

E não há nada (nada mesmo!) como desfrutar o Natal na companhia daqueles que amamos. Nada como a alegria de reencontrar amigos, de reunir a família e receber o abraço caloroso de cada um. Mesmo quando distância porventura não permitir, um telefonema certamente tornará mais feliz quem está lá do outro lado.

Sinto-me honrado em pertencer à mesma família que você: a bela família do Conexão cultural. Com nossos irmãos, pais, cônjuges, filhos, sobrinhos, formamos um imenso contingente de pessoas unidas por um só propósito: desenvolver ações capazes de tonar melhor a vida da sociedade.

Desejo, a todos que se interagem das informações e  compartilham das boas ideias, um natal com muito  abraços, sorr muita  paz e  calor humano, harmonia fraternidade e tudo de bom que ele possa nos trazer.

Ele já chegou! Seja bem-vindo, “Seu Natal”! Seja feliz o nosso Natal!

Fraternal abraço,













sexta-feira, 9 de dezembro de 2016

DONA ZEZE, EXEMPLO DE SABEDORIA


Homenagem especial a professora Maria Jose Pereira 
Mestra, Educadora, Professora, Amiga, Construtora, Servente, Guia, tudo isso e mais alguma coisa.   (por Maria Helena Cursino)  
              Zé, Zezé, Dona Zezé, Maria José ou ainda Zezé de Sr. Manoel Zinho ou de dona Mariinha, és parte de uma cidadezinha pequena no Sertão do Moxotó, hoje Agreste Meridional de Pernambuco. Como tudo na vida há o momento, uma época, a vez de sermos o centro da nossa estória ou da estória dos outros, tu foste entre tantos outros talentos nascidos nesta terra, em que a fraternidade e a solidariedade sempre foram a base das famílias que aqui fincaram suas raízes, tu Zezé, escreveste tua estória nesse torrão abençoado por Deus.
Como todos os filhos e filhas da saudosa Santa Clara, foste uma que, sem medir distância e dificuldades financeiras, saíste em busca dos teus sonhos: sonho de ser professora, boa filha, boa irmã, boa vizinha. A caminhada foi o retrato da tua persistência.  Ouviste as palavras do MESTRE MAIOR “Não Tenhas Medo”. A primeira parada foi no Colégio Carlos Rios em Arcoverde.  Ao concluir a sétima série, partes para o Rio de Janeiro, concluindo assim Antigo Ginásio na cidade maravilhosa. Retornas a Tupanatinga em l971, onde inicias o Curso do Magistério no Colégio Onze de Setembro da Igreja Batista em Arcoverde e, em l973 recebes o diploma do 2º grau como professora primária.
Etapa vencida resta partir para o próximo desafio. Mais uma vez na tua simplicidade, humildade e responsabilidade, encaras o Grupo Escolar José Emílio de Melo, como professora primária da lª série. Escola pequena com quatro salas, mas que para a nossa comunidade representava toda a esperança dos pais e das crianças no campo educacional. É o início da conquista de um sonho: colocar-se a serviço das nossas crianças. Mais um desafio que tiras de letra.
O tempo passa, a Educação no interior de Pernambuco acorda e Arcoverde tem sua 1ª Faculdade. Novos tempos, novos desafios. Escolas do 1º Grau são autorizadas em vários Municípios e nós fomos agraciados. Tua participação na vida da Escola José Emilio de Melo, seja do 1º ou 2º Grau foi marcante, não só pela competência, responsabilidade, doação e ética, mas, sobretudo, pela humanização do teu trabalho educativo.  Marca registrada nas atividades da Igreja seja nas Cáritas, na Pastoral da Criança, na Liturgia ou em qualquer outra atividade que foste membro. Sempre ouviste o chamado do MESTRE: SERVIR, SERVIR SEM OLHAR A QUEM.
Foste um ser iluminado e nós como mães, pais, alunos, dirigentes e filhos desta terra, só temos a agradecer por tudo que fizeste no campo educacional, ora lecionando Português, Literatura, Ensino Religioso, Moral e Cívica, OSPB, ora realizando trabalhos sociais junto as pastorais.  Nosso muito obrigado! Exerceste a função de Amiga, Educadora, formadora de opinião, professora e principalmente um ser humano serviço do outro.
Termino com o pensamento de Frei Anselmo Fracasso (A grandeza das obras que fazemos não está na publicidade, mas no amor que nelas se escondem).
Dona Leninha
Colaboração de Joelma Paixao