É muito comum encontrar crianças e jovens nas ruas do Bairro perambulando ou brincando em meio aos carros e motos que por ali transitam. O álcool e a droga estão presentes naquela realidade, além de alguns comportamentos violentos, som alto, botecos que não respeitam a lei que proíbe a venda de álcool a menores (fato muito comum em Tupanatinga como um todo), assim relatados por alguns moradores que falaram com a equipe do JPT. Para completar o quadro crítico da situação da comunidade, o número de jovens em idade escolar em descompasso com a série, na qual deveriam estar matriculados, é grande, além dos jovens que se evadem das instituições educacionais, sejam elas municipais, ou estadual.
O Bairro da Camila se encontra com uma
infraestrutura de saneamento defasada. São ruas sem calçamento, esgoto a céu
aberto, a água que não chega com regularidade. É bem verdade que o antigo
matadouro foi derrubado, pois não tinha condições de funcionamento, tanto do
ponto de vista da higiene, quanto do ponto de vista da segurança do trabalho
(fato constatado através de denúncias, às quais citavam e provavam a presença
de crianças no ambiente externo e interno do antigo matadouro), embora o chão tenha
ficado “limpo” da presença do matadouro, o local ficou abandonado, sem que
nenhuma outra finalidade social lhe fosse dado! Muito do sangue dos animais
abatidos naquele lugar foram jogados na rua de terra, a céu aberto, sem
saneamento, sem tratamento adequado, afetando a vida de dezenas de pessoas
quanto a saúde. Essa Comunidade chamada “Padre Rolando” tem sofrido ao longo
dos anos um processo de abandono e de descaso do Poder Público, o qual não pode simplesmente se “contentar” com
pequenas obras, sem de fato ter como prioridade a Qualidade de Vida de cada habitante dessa Comunidade. Isso implica
dizer, de forma contundente e comprometedora, que mais do que nunca as Políticas Públicas são essenciais e
urgentes para que essas vidas sejam transformadas de fato e de direito. A
realidade da Comunidade Padre Rolando não pode se restringir a ações de caráter
superficial, porque a fome, o desemprego, os vícios que flagelam diuturnamente
a vida de crianças, jovens, adultos, homens, mulheres e idosos não será
minimizada com tão pobres ações dos gestores da cidade. Em tempos eleitorais, a
comunidade é “vista” apenas como mercadoria, onde o voto custa de dez a quinze
reais por “cabeça”!
Não é a Comunidade de Padre Rolando que é “uma favela”, mas, na visão e na mente de quem não se importa de fato com aquelas vidas que necessitam de ações concretas e reais para a superação das mazelas sociais. Salve a Comunidade de Padre Rolando!