quarta-feira, 12 de março de 2008

Um Grande Homem: Naná de Odilon

Por Edezilton Martins
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A sociedade de Tupanatinga perde um grande homem; um sonhador (José Edinaldo Cavalcante). Tupanatinga está órfã. José Edinaldo (Naná de Odilon) faleceu em acidente de trânsito, nesta semana.
A sociedade de hoje é carente de homens que pensam no outro; que tem postura na sociedade, na família, no ciclo de amigos, etc. Naná destoava desta sociedade egoísta.
Aos 46 anos, sonhava com uma sociedade melhor; com uma juventude vencedora. Um maçom fervoroso; um crente em Deus; um empreendedor.
Queríamos ser mágicos, e tirarmos Naná de um fundo de cartola, para a sua família, para seus amigos, para a maçonaria.
Naná é uma daquelas pessoas que ao se irem, continuam vivas na memória dos amigos: um sonhador não morre.
Temos a sensação sempre de que não fazemos tudo que podemos. Teotônio Vilela, no seu último ano de vida, fazendo um balanço da sua trajetória, disse que sua luta pela liberdade, justiça e democracia no âmbito das idéias não surtiram o efeito desejado; que queria ter 20 anos e ser o maior revolucionário da luta armada na América do Sul, e mudar o mundo. Temos o mesmo sentimento de Teotônio Vilela ao assistirmos esta ida de Naná: queríamos ter com Naná 20 anos, para mudar o mundo. Para aos 40/50 anos vivermos numa sociedade mais justa, mais democrática, não corrupta; com liberdade, justiça e decência.
Não podemos errar como pai, como família e amigo. Nisto Naná foi um exemplo maior. Sempre aspirando ao melhor para sua família e amigos. Os amigos e irmãos maçons de Naná também estão órfãos.
São muitos os valores que a sociedade moderna perdeu, mas que continuavam vivos em Naná.
“Adeus Naná! Seus ideais, seus sonhos, seus valores continuam conosco.”



Nana, uma Coluna de Sustentação da Maçonaria


A Loja Maçônica é uma herança importantíssima, deixada por dois maçons, bancários, quando estiveram em Tupanatinga, na década de oitenta, cumprindo suas missões de carreira frente ao Banco do Brasil. Um paulista, Cláudio José Soares, e um paranaense, Olavo Oliveira. E, foi de um ciclo de amizade, respeitosa, que os mesmos tiveram com o Jovem José Edinaldo(Nana) que a idéia fora de fato concretizada. Convidaram outros amigos, fundaram então, a Loja Maçônica Acácia do Agreste, localizada à rua santos Dumont, 93.
Ao longo dos anos, o irmão Jose Edinaldo, foi o único dos fundadores que se manteve coeso e fez com que a Loja Maçônica em Tupanatinga nunca fechasse as portas. Ao contrario de algumas cidades vizinhas que conviveram com interrupções freqüentes, prejudicando seus trabalhos; voltando ao funcionamento períodos depois.
A manutenção da Maçonaria em Tupanatinga é um exemplo de persistência e visão de um homem que não se acovardou, nem se rendeu ao comodismo.
Nana foi, sem dívida, uma coluna de sustentação desse sonho maçônico, milenar na historia da humanidade. E importante para os homens desta Cidade interiorana, carente de auto-estima, liberdade e fraternadidade.
Este Cidadão queria muito mais: vendo que a sociedade não cobrava ou nada fazia pelos jovens; que a educação do nosso país pouco lhes oferecia para o crescimento humano e intelectual; convocou os maçons e instalou o capítulo da Ordem Demolay, beneficiando dezenas de jovens, filhos ou não de maçom.
Uma das suas mais novas cartadas, seria tornar a maçonaria aqui do sertão, liderada pela Loja Barão do Rio Branco, da cidade de Arcoverde, uma corrente única de forças,para tornar a maçonaria de Pernambuco mais interiorana, próxima e sensível aos anseios inovadores dos irmãos sertanejos.
A maçonaria de Tupanatinga continuará coesa, e lembrará de Nana, como também de outros fundadores (irmão Mariano e irmão Izaías de Carvalho), que vivos, enalteceram a Maçonaria.


Comentarios de Amigos

Anônimo disse...
Há Homens que trabalham um dia, e são bons.Há homens que trabalham muitos dias e são muito bons.Há homens que trabalham anos e são melhores.Porém, há homens que trabalham por toda a vida, esses sim são os imprescindíveis...Assim eu vejo o grande homem que perdemos tragicamente, NANÁ FOI IMPRESCIDÍVEL, e nesta surpresa que acompanhada de muito dor, mas que com o conforto consagrado pelo Grande Arquiteto do Universo, nasce em nossos corações o orgulho de termos vivido com um homem de pensamentos e ideologias consagradas a um ser livre e bons costumes e que carregava no sangue os ideais da Liberdade - Igualdade - Fraternidade, além de inúmeras virtudes...E nesta perca imensurável, que todos, inclusive a sociedade Tupanatinguense, realize os sonhos que não foram concretizados por este grande Pai, Irmão, Amigos, Maçom... Portanto, busque referência e forças nas suas inúmeras obras, conquistas e dedicações
.Almério Magalhães Cavalcanti.
14 de Março de 2008 03:51


dilson disse...
Verdadeiramente, Tupanatinga perdeu um grande filho. Se por um lado externarmos o quanto ficamos consternados com sua partida trágica e precoce, por outro, devemos externar também o quanto foi importante sua breve, mas marcante vida. Estamos de LUTO... ...a comunidade acadêmica perdeu também, trágicamente, João Francisco de Souza, professor titular da UFPE. Este magnífico intelectual que defendia a bandeira da "Educação Popular" e era um dos principais divulgadores das idéias freireanas foi assassinado quinta-feira, em Camaçari-Bahia. Estamos de LUTO...
Dilson Cavalcanti
29 de Março de 2008 16:19


Mariano Britto disse...
Edimilson,Você tem razão, Tupanatinga está mais triste com a partida de Naná, Uma figura cativa da nossa querida cidade.Mas, neste momento palavras perdem o sentido diante das lágrimas contidas na imensa saudade que nós sentimos e, se por um instante Deus nos presenteasse com mais um pouco de vida ao lado dessa pessoa tão querida, possivelmente não diríamos tudo o que pensamos, mas definitivamente pensaríamos em tudo o que dissemos.Lembrar do Amor e Respeito que Naná tinha pelos jovens de nossa sociedade, e concomitantemente pelo Capítulo Deusa Branca é enaltecedor para aqueles que fazem parte deste âmbito tão sagrado e edificante da nossa personalidade, que é a Maçonaria. Em especial a nossa querida Acácia do Agreste...Portanto, pensando no que dissemos, fizemos e sentimos, percebemos que os momentos de história que ele realizou aqui na terra foram mais grandiosos do que pequenos.Dizem que apenas a nossa língua possui uma palavra para expressar este tão intenso sentimento: SAUDADE. Penso que saudade é muito mais do que uma expressão, a palavra fica mais pobre diante da grandiosidade do que se sente. Saudade, essa dor tão doida é muito mais que falta, ausência, nostalgia ou qualquer outro substantivo. Saudade é perda, é a certeza da impossibilidade de resgatar algo já vivido, saudade é a dor algumas vezes quase insuportável, diante daquilo que já foi e que nunca mais poderá ser retomado. Saudades de verdade, apenas sentimos quando tomamos consciência, de que o tempo não existe, o movimento nos transporta pelos dias, anos e vamos passando pela vida como um filme diante de uma platéia estática. E como areia fina essa vida vai escoando-se entre os dedos, deixando pelo caminho o rastro das dores, alegrias, perdas e conquistas. Caminho esse que nunca mais voltaremos a trilhar.Saudade é muito mais do que morte, saudade é vida, é o agora que já deixou de ser presente, mas deixou na memória o registro da intensidade do instante vivido. É a lembrança gravada de forma perene dos pequenos e grandes fatos de nossa história.Portanto ao menos resta-nos o consolo de sabermos que, quanto maior for a saudade que sentirmos, com certeza, mais rica terá sido nossa vida vivida.Assim nos consola saber que: Quanto maior a saudade que sentimos por Naná, mais certos ficamos de quão rica foi a nossa amizade, quão ricos os momentos partilhados.Que ao lado do G.’. A.’. D.’. U.’., ele faça mais histórias maravilhosas e intensas como foi sua vida aqui na terra.
Do IR.’. Mariano Britto
1 de Abril de 2008 14:07

3 comentários:

Anônimo disse...

Há Homens que trabalham um dia, e são bons.
Há homens que trabalham muitos dias e são muito bons.
Há homens que trabalham anos e são melhores.
Porém, há homens que trabalham por toda a vida, esses sim são os imprescindíveis...

Assim eu vejo o grande homem que perdemos tragicamente, NANÁ FOI IMPRESCIDÍVEL, e nesta surpresa que acompanhada de muito dor, mas que com o conforto consagrado pelo Grande Arquiteto do Universo, nasce em nossos corações o orgulho de termos vivido com um homem de pensamentos e ideologias consagradas a um ser livre e bons costumes e que carregava no sangue os ideais da Liberdade - Igualdade - Fraternidade, além de inúmeras virtudes...
E nesta perca imensurável, que todos, inclusive a sociedade Tupanatinguense, realize os sonhos que não foram concretizados por este grande Pai, Irmão, Amigos, Maçom... Portanto, busque referência e forças nas suas inúmeras obras, conquistas e dedicações.

Almério Magalhães Cavalcanti.

Professor Dilson Cavalcanti disse...

Verdadeiramente, Tupanatinga perdeu um grande filho. Se por um lado externarmos o quanto ficamos consternados com sua partida trágica e precoce, por outro, devemos externar também o quanto foi importante sua breve, mas marcante vida. Estamos de LUTO...
...a comunidade acadêmica perdeu também, trágicamente, João Francisco de Souza, professor titular da UFPE. Este magnífico intelectual que defendia a bandeira da "Educação Popular" e era um dos principais divulgadores das idéias freireanas foi assassinado quinta-feira, em Camaçari-Bahia. Estamos de LUTO...
Dilson Cavalcanti

Anônimo disse...

Edimilson,

Você tem razão, Tupanatinga está mais triste com a partida de Naná, Uma figura cativa da nossa querida cidade.

Mas, neste momento palavras perdem o sentido diante das lágrimas contidas na imensa saudade que nós sentimos e, se por um instante Deus nos presenteasse com mais um pouco de vida ao lado dessa pessoa tão querida, possivelmente não diríamos tudo o que pensamos, mas definitivamente pensaríamos em tudo o que dissemos.

Lembrar do Amor e Respeito que Naná tinha pelos jovens de nossa sociedade, e concomitantemente pelo Capítulo Deusa Branca é enaltecedor para aqueles que fazem parte deste âmbito tão sagrado e edificante da nossa personalidade, que é a Maçonaria. Em especial a nossa querida Acácia do Agreste...

Portanto, pensando no que dissemos, fizemos e sentimos, percebemos que os momentos de história que ele realizou aqui na terra foram mais grandiosos do que pequenos.

Dizem que apenas a nossa língua possui uma palavra para expressar este tão intenso sentimento: SAUDADE.

Penso que saudade é muito mais do que uma expressão, a palavra fica mais pobre diante da grandiosidade do que se sente.

Saudade, essa dor tão doida é muito mais que falta, ausência, nostalgia ou qualquer outro substantivo.

Saudade é perda, é a certeza da impossibilidade de resgatar algo já vivido, saudade é a dor algumas vezes quase insuportável, diante daquilo que já foi e que nunca mais poderá ser retomado.

Saudades de verdade, apenas sentimos quando tomamos consciência, de que o tempo não existe, o movimento nos transporta pelos dias, anos e vamos passando pela vida como um filme diante de uma platéia estática. E como areia fina essa vida vai escoando-se entre os dedos, deixando pelo caminho o rastro das dores, alegrias, perdas e conquistas. Caminho esse que nunca mais voltaremos a trilhar.

Saudade é muito mais do que morte, saudade é vida, é o agora que já deixou de ser presente, mas deixou na memória o registro da intensidade do instante vivido. É a lembrança gravada de forma perene dos pequenos e grandes fatos de nossa história.

Portanto ao menos resta-nos o consolo de sabermos que, quanto maior for a saudade que sentirmos, com certeza, mais rica terá sido nossa vida vivida.

Assim nos consola saber que: Quanto maior a saudade que sentimos por Naná, mais certos ficamos de quão rica foi a nossa amizade, quão ricos os momentos partilhados.

Que ao lado do G.’. A.’. D.’. U.’., ele faça mais histórias maravilhosas e intensas como foi sua vida aqui na terra.


Do IR.’. Mariano Britto