domingo, 27 de junho de 2010

FOTOS DESTAQUES DO SAMBA DE COCO EM ARCOVERDE






















O SAMBA DE COCO RAIZES DE TUPANATINGA NO SÃO JOÃO DOS SERTÕES DE ARCOVERDE


O Samba de Coco Raízes de Tupanatinga, dia 22 de junho, foi umas das atrações do palco da Cultura, em Arcoverde. Com uma roupagem moderna, diversificada, mas sem perder a originalidade cultural, o grupo cantou , recitou e dançou o coco na maestria do puxador do Samba, Severino Carquejo e Mariquinha do Coco.

O grupo além das músicas e das danças tradicionais inovou com encenações teatrais para homenagear o Reisado que também já foi uma tradição na cultural popular da região.
Durante a apresentação o grupo foi fotogrado, filmado e aplaudido o que é gratificante. Sinal que o trabalho agradou.

As festividades Juninas realizadas na Cidade de Arcoverde têm importância histórica porque promove um grande encontro da diversidade cultural, resgatando valores populares da região, transformando-se em um pólo de intercambio cultura entre interior e capital. E graça a este trabalho, este pólo é reconhecido tanto no País e internacionalmente.

Valores como samba de coco Raízes de Arcoverde e o Cordel do Fogo cantado já excursionaram pelo Brasil afora a até no Exterior.

Com um caráter criativo a inclusão cultural vem contribuindo com uma grande inovação nas artes e sobretudo na cultura musical do nosso estado.

Daí a importância do nosso samba que bebe da mesma cultura apresentar também sua particularidade.

O trabalho de resgate do Samba vem sendo realizado pela Associação de Cultura e Jovens de Tupanatinga e atualmente este trabalho tem progredido graça ao apoio da Prefeitura Municipal, através do Departamento de Cultura, que aos poucos vem desempenhando seu papel.

A performance do Projeto é do Diretor de Artes Cênica Alan Shimita o qual enriqueceu valiosamente a apresentação do Grupo, ensinando técnicas e posturas para se fazer uma perfeita apresentação artística e cultural.

















O SAMBA DE COCO NO SÃO JOÃO DOS SERTÕES DE ARCOVERDE "FOTOS 1'






















domingo, 6 de junho de 2010

ESTADO DE GRAÇA




Texto de Clarice L.


Quem já conheceu o estado de graça reconhecerá o que vou dizer. Não me refiro à inspiração, que é uma graça especial que tantas vezes acontece aos que lidam com arte.
O estado de graça de que falo é usado para nada. É como se viesse apenas para que se soubesse que realmente se existe. Neste estado, além da tranqüila felicidade que se irradia de pessoas e coisas, há uma lucidez que só chamo de leve porque na graça tudo é tão, tão leve. É uma lucidez de quem não adivinha mais: sem esforço, sabe. Apenas isto: sabe. Não perguntem o quê, porque só posso responder do mesmo modo infantil: sem esforço, sabe-se.
E há uma bem-aventurança física que a nada se compara. O corpo se transforma num dom. E se sente que é um dom porque se está experimentando, numa fonte direta, a dádiva indubitável de existir materialmente.
No estado de graça vê-se às vezes a profunda beleza, antes inatingível, de outra pessoa. Tudo, aliás, ganha uma espécie de nimbo que não é imaginário: vem do esplendor da irradiação quase matemática das coisas e das pessoas. Passe-se a sentir que tudo o que existe (pessoa ou coisa) respira e exala uma espécie de finíssimo resplendor de energia. A verdade do mundo é impalpável.
Não é nem de longe o que mal imagino deva ser o estado de graça dos santos. Este estado jamais conheci e nem sequer consigo adivinhá-lo. É apenas o estado de graça de uma pessoa comum que de súbito se torna totalmente real porque é comum e humana e reconhecível.
As descobertas nesse estado são indizíveis e incomunicáveis. É por isso que, em estado de graça, mantenho-me sentada, quieta, silenciosa. É como uma anunciação. Não sendo porém precedida pelos anjos que, suponho, antecedem o estado de graça dos santos, é como se o anjo da vida viesse me anunciar o mundo.
Depois, lentamente, se sai. Não como se estivesse estado em transe (não há nenhum transe), sai-se devagar, com um suspiro de quem teve o mundo como este é. Também já é um suspiro de saudade. Pois tendo experimentado ganhar um corpo e uma alma e a terra, quer-se mais e mais. Inútil querer: só vem quando quer e espontaneamente.
Não sei por quê, mas acho que os animais entram com mais freqüência na graça de existir do que os humanos. Só que eles não sabem, e os humanos percebem. Os humanos têm obstáculos que não dificultam a vida dos animais, como raciocínio, lógica, compreensão. Enquanto que os animais têm a esplendidez daquilo que é direto e se dirige direto.
Deus sabe o que faz: acho que está certo o estado de graça não nos ser dado freqüentemente. Se fosse, talvez passássemos definitivamente para o outro lado da vida, que também é real mas ninguém nos entenderia jamais. Perderíamos a linguagem em comum.
Também é bom que não venha tantas vezes quanto se queria. Porque eu poderia me habituar à felicidade - esqueci de dizer que e estado de graça se é muito feliz. Habituar-se à felicidade seria um perigo. Ficaríamos mais egoístas, porque as pessoas felizes o são, menos sensíveis à dor humana, não sentiríamos a necessidade de procurar ajudar os que precisam -tudo por termos na graça a compensação e o resumo da vida.
Não, mesmo se dependesse de mim, eu não quereria ter com muita freqüência o estado de graça. Seria como cair num vício, iria me atrair como um vício, eu me tornaria contemplativa como os fumadores de ópio. E se aparecesse mais a miúdo, tenho certeza de que eu abusaria: passaria a querer viver permanentemente em graça. E isto representaria uma fuga imperdoável ao destino simplesmente humano, que é feito de luta e sofrimento e perplexidades e alegria menores.
Também é bom que o estado de graça demore pouco. Se durasse muito, bem sei, eu que conheço minhas ambições quase infantis, eu terminaria tentando entrar nos mistérios da natureza. No que eu tentasse, aliás, tenho a certeza de que a graça desapareceria. Pois ela é dádiva e, se nada exige, desvaneceria se passássemos a exigir dela uma resposta. É preciso não esquecer que o estado de graça é apenas uma pequena abertura para uma terra que é uma espécie de calmo paraíso, mas não é a entrada nele, nem dá o direito de se comer frutos de seus pomares.
Sai-se do estado de graça com o rosto liso, os olhos abertos e pensativos e, embora não se tenha sorrido, é como se o corpo todo viesse de um sorriso suave. E sai-se melhor criatura do que se entrou. Experimentou-se alguma coisa que parece redimir a condição humana, embora ao mesmo tempo fiquem acentuados os estreitos limites dessa condição. É exatamente porque depois da graça a condição humana se revela na sua pobreza implorante, aprende-se a amar mais, a perdoar mais, a esperar mais. Passa-se a ter uma espécie de confiança no sofrimento e em seus caminhos tantas vezes intoleráveis.
Há dias que são tão áridos e desérticos que eu daria anos de minha vida em troca de uns minutos de graça.

Estudantes deverão assistir a duas horas de longas brasileiros por mês



Estudantes brasileiros de escolas públicas e privadas serão obrigados a assistirem, no período de um mês, a pelos menos duas horas de filmes nacionais. A proposta faz parte de um projeto de lei, aprovado em caráter terminativo, pela Comissão de Educação do Senado, mas depende de exame da Câmara dos Deputados, antes de ser sancionada a lei.


De acordo com o texto, de autoria do senador Cristovam Buarque (PDTDF), essa exibição passa a ser um dos componentes do currículo escolar.
O objetivo, segundo o político, é disseminar a cultura na rede pública a um custo reduzido e despertar nas crianças o interesse pelas produções nacionais.
"Escola sem cultura não é escola.

É difícil fazer teatro em todas as escolas, mas cinema é perfeitamente possível. Com isso, a gente vai criar uma demanda para os filmes no futuro. Quando essas crianças crescerem, vão começar a ir ao cinema com mais frequência, entender e gostar mais dos filmes brasileiros, declarou o senador à Rádio Senado.

ALÉM DA RECREAÇÃO

Para Maria Márcia Sigrist Malavasi, coordenadora do curso de pedagogia da Universidade de Campinas (Unicamp), o projeto é interessante para a formação, mas ele não deve se resumir apenas a uma prática de recreação.

"Tudo depende do método que será utilizado para trabalhar o conteúdo. Dá para aprender assistindo filmes, agora é preciso que o professor que conduz uma atividade como esta esteja muito bem preparado, senão é mais um tempo perdido dentro da sala de aula, diz Malavasi.

Maria Peregrina de Fátima Rotta Furanette, coordenadora do curso de pedagogia Unesp (Universidade Estadual Paulista) de Presidente Prudente, diz que a medida é importante para resgatar a cultura brasileira. Segundo ela, é necessário, porém, criar um projeto pedagógico para que o trabalho dê resultados.

"O professor precisa aprender a escolher bem os filmes assim como está aprendendo a escolher os livros didáticos. Ele tem que saber da qualidade dos filmes de acordo com a faixa etária com que ele vai trabalhar", diz Furanette.

DESAPROVAÇÃO
Em sua página no Twitter, Cristovam Buarque provocou os seus seguidores a dizer o que pensam sobre a proposta. "Minha lei (sic) obriga escola oferecer filmes nacionais, aluno assiste se quiser. Voce acha que é ditadura?"
Em seguida, o senador escreveu: "Surpreso (com a) quantidade (de) pessoas (que) consideram castigo assistir filme nacional. Certamente eles não viram filmes brasileiros quando crianças".

Ao explicar a escolha pela exibição de filmes, entre diferentes alternativas de manifestações artísticas, Cristovam Buarque, segundo publicou a Agência Senado, afirmou que "o cinema é a arte que mais facilidade apresenta para ser levada aos alunos nas escolas". Além disso, disse que o País precisa ampliar a indústria cinematográfica, que hoje depende de financiamento público devido à baixa frequência às salas de cinema.

SAIBA +
A exibição de filmes brasileiros deve ser componente curricular complementar integrado à proposta pedagógica da escola, estabelece a proposta (PLS 185/08). Na justificação do projeto, Cristovam Buarque argumentou que a ausência de arte na escola reduz a formação dos alunos e impede que sejam usuários de bens e serviços culturais na vida adulta.
Para o autor, os jovens ficam privados de um dos objetivos fundamentais da educação, que, em sua avaliação, é "o deslumbramento com as coisas belas".

Fonte: Jornal de Brasília