quinta-feira, 17 de fevereiro de 2011

O Drama do Homem Moderno

Por: Edezilton Martins
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O homem tem sido tão corrupto e violento (“o homem mata o próprio homem”)... é da natureza do homem ser egoísta que ultimamente tenho buscado me despojar de mim. Ando envergonhado de minha “natureza humana.”
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Vivemos um momento de crise. De todos os tipos. Estamos numa encruzilhada. O presente é sempre uma encruzilhada. Esta de agora é a maior de todas, porque a encruzilhada atual é sempre maior que a anterior.
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Vejamos.
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Parte de nós está sob influência de modelos mentais religiosos, dogmas que não servem mais, pois são vazios de sentido para o estágio atual da humanidade: democratização do conhecimento (internet), avanço científico, física quântica, teoria da relatividade, novas psicologias, etc. Devido à ineficácia dos dogmas e modelos mentais é que nos tornamos violentos desesperados.
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É necessário um novo conhecimento (sabedoria). Dan Brown, “No Livro o Símbolo Perdido” defende que este conhecimento existe. Trata-se da “Sabedoria Perdida dos Antigos Sábios” a qual está inserida nas escrituras sagradas das religiões (“de todas as religiões”). Todavia tal conhecimento (sabedoria) não é passada aos seguidores das religiões (“A verdade libertará.” Quererá as religiões expor este conhecimento? Estará o homem preparado para recebê-la?).
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Como tenho minhas dúvidas sobre as perguntas acima, contenho-me um pouco. Que me desculpe o leitor mais preparado.
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A missa católica é lindamente rica de rituais.. Seu ápice é o momento em que o padre transforma o vinho e a hóstia em sangue e corpo de Cristo. A este momento a Igreja chama de “comunhão com Deus”. Deveria chamar-se “união com Deus.” A simples troca da palavra “comunhão pela palavra união” faria total diferença na relação do homem com Deus.
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“O que desconheço me ultrapassa”, escreveu Clarice Lispector. Este desconhecer de Clarice é diferente de ignorar. Trata-se de uma experiência humana profunda cuja linguagem se mostra ineficaz de exprimir, mas que se sabe internamente ser real. As religiões cometem o grave erro de usar os parcos recursos das diversas línguas para transmitir a idéia de Deus. Quando Deus não é para ser pensado.
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Desenvolvi um modo de me esquivar dos limites impostos pelo espaço, tempo, pensamento e linguagem. Só assim é possível vivenciar um estado de profunda lucidez: estado de graça, não a dos santos católicos.
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Sairemos desta encruzilhada mais despertos, livres das mentiras religiosas, da enganação política, mais conhecedores de nossa natureza interior: a descoberta do eu e do não-eu.
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O mais nobre sentimentos não é o amor. O mais nobre sentimento é a generosidade. Não a generosidade religiosa, mas a generosidade decorrente de uma consciência político-social convicta, que nos leva a ser solidário com o outro por um ato de obrigação. A obrigação com o outro é mais importante que o amor pelo outro. Há uma frase exemplar no filme “Lancelot, O Primeiro Cavaleiro” com Sean Connery, Richard Gere e Julia Ormond que diz: “É ajudando uns aos outros que nos tornamos livres.” (Veja-se pesquisa da PNUD que aponta que o brasileiro se importa com o bem-estar do outro e da humanidade).
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A saída dessa encruzilhada em que nos encontramos passa pela descoberta interior, mas também passa pela aquisição de novos paradigmas de consciência, como esta noção de generosidade e obrigação.
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("Vou pegar um ita no norte. Tchau!")

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