Por Edezilton Martins
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Segundo Darci Ribeiro (do livro “O Povo Brasileiro”) a distância social na sociedade brasileira é enorme. As distancias sociais e culturais são quase tão grandes quanto as que medeiam entre povos distintos.
Na base do funil está a massa constituída de empregadas domésticas, pequenas prostitutas e miseráveis. No topo está a classe dominante, individualista e exploradora.
A estrutura de classe brasileira é a mesma dos tempos da escravidão. De fato não acabou a escravidão no Brasil. O que houve foram adaptações sociais, onde a figura do explorador insensível e mau de um lado, e do outro a massa explorada persistiram.
Para Darci Ribeiro o pobre é feio devido sua condição de ser usado como objeto de trabalho. Quando o pobre ascende à classe dominante sua nova geração é mais bonita, e até aumenta de estatura. Este mesmo pobre ascendido perpetua a estrutura social vigente, pois não tem formação educacional suficiente para criar uma nova estrutura social. No Brasil quem tem condições financeiras e formação educacional manda; quem é dependente financeiramente ou não teve acesso à educação é subserviente.
O motivo desta dicotomia social brasileira é a diferença educacional entre os diversos segmentos que compõem o povo brasileiro.
O grande problema da sociedade brasileira está na insuficiência educacional que leva a massa a aspirar à ascensão social individualmente (inserir-se na classe dominante lhe significa a alforria).
A massa subserviente, bajuladora, sem educação formal vende o seu voto facilmente. O que segundo Darci Ribeiro perpetua a miséria.
Educação de qualidade para todos, saúde de qualidade, mesmo patamar salarial, etc. dentro de um sistema socialista fizeram de Cuba uma sociedade de iguais, diferente da brasileira.
Temos, no Brasil, uma sociedade disforme. Educação igual para todos, desenvolvimento econômico (com governos dispostos a anular os males do capitalismo) nos fará uma sociedade de iguais, em que o eleitor tenderá a não vender seu voto, escolher melhor, e o político tenderá a ser menos corrupto por imposição da sociedade.
José Edimilson disse...
Bem oportuna esta matéria. Se fossemos analisar os efeitos danosos que vivemos e sofremos, causados pela ausência da educação e principalmente da cultura, durante quase toda a história política e social do nosso Pais, talvez entendêssemos os absurdos que ainda comentemos.
Como somos uma nação despolitizada, sem acesso a educação, tornamo-nos uma sociedade cega, incapaz de ter uma visão geral dos absurdos que nos rodeiam e com isto perdemos a oportunidade de correção (de se auto-corrigir). Praticamos os mesmos erros, achando que o errado é certo. Há acadêmicos analfabetos de conscientização tão ignorantes como qualquer um leigo. Quando se aprende errado, dificilmente compreende-se o que é o correto. Por isso os problemas brasileiros são complexos e enquanto uma tenta acertar, a maioria pensa o contrário. Ainda bem que para compensar nossa cegueira, Deus que é brasileiro criou (além de cristo para salvar-nos do pecado) brasileiros como Darci Ribeiro, Gilberto Freire, e tantos outros para salvar-nos da ignorância.
12 de Abril de 2008 15:07
Ismael C disse...
Grande Ede, parabéns pela matéria. Só acrescentando: um povo culto é fruto de um povo rico!
E para propiciar riqueza em nosso pais, alguns ajustes tem que necessáriamente ser feitos. O mais relevante é uma reforma tributária. Quase 40% do PIB, atrás apenas da França e Itália, é nossa carga tributária. Nossa cesta de tributos é em sua maioria taxada no consumo. Quem ganha um salário mínimo, paga sobre uma refeição o mesmo imposto de quem ganha 10, 50 ou 100 salários. 40%!!! Além disso, é facil governar com caixa folgado e vazando por todos os lados. Uma reforma administrativa é necessária, para que gastos sejam cortados e sobrem mais verbas para as necessidades básicas (saúde, educação, segurança, infra estrutura, etc.)E uma reforma drastica nas leis trabalhistas.O velho Marx continua certo: o capital abre todas as portas.
16 de Maio de 2008 17:53
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Segundo Darci Ribeiro (do livro “O Povo Brasileiro”) a distância social na sociedade brasileira é enorme. As distancias sociais e culturais são quase tão grandes quanto as que medeiam entre povos distintos.
Na base do funil está a massa constituída de empregadas domésticas, pequenas prostitutas e miseráveis. No topo está a classe dominante, individualista e exploradora.
A estrutura de classe brasileira é a mesma dos tempos da escravidão. De fato não acabou a escravidão no Brasil. O que houve foram adaptações sociais, onde a figura do explorador insensível e mau de um lado, e do outro a massa explorada persistiram.
Para Darci Ribeiro o pobre é feio devido sua condição de ser usado como objeto de trabalho. Quando o pobre ascende à classe dominante sua nova geração é mais bonita, e até aumenta de estatura. Este mesmo pobre ascendido perpetua a estrutura social vigente, pois não tem formação educacional suficiente para criar uma nova estrutura social. No Brasil quem tem condições financeiras e formação educacional manda; quem é dependente financeiramente ou não teve acesso à educação é subserviente.
O motivo desta dicotomia social brasileira é a diferença educacional entre os diversos segmentos que compõem o povo brasileiro.
O grande problema da sociedade brasileira está na insuficiência educacional que leva a massa a aspirar à ascensão social individualmente (inserir-se na classe dominante lhe significa a alforria).
A massa subserviente, bajuladora, sem educação formal vende o seu voto facilmente. O que segundo Darci Ribeiro perpetua a miséria.
Educação de qualidade para todos, saúde de qualidade, mesmo patamar salarial, etc. dentro de um sistema socialista fizeram de Cuba uma sociedade de iguais, diferente da brasileira.
Temos, no Brasil, uma sociedade disforme. Educação igual para todos, desenvolvimento econômico (com governos dispostos a anular os males do capitalismo) nos fará uma sociedade de iguais, em que o eleitor tenderá a não vender seu voto, escolher melhor, e o político tenderá a ser menos corrupto por imposição da sociedade.
José Edimilson disse...
Bem oportuna esta matéria. Se fossemos analisar os efeitos danosos que vivemos e sofremos, causados pela ausência da educação e principalmente da cultura, durante quase toda a história política e social do nosso Pais, talvez entendêssemos os absurdos que ainda comentemos.
Como somos uma nação despolitizada, sem acesso a educação, tornamo-nos uma sociedade cega, incapaz de ter uma visão geral dos absurdos que nos rodeiam e com isto perdemos a oportunidade de correção (de se auto-corrigir). Praticamos os mesmos erros, achando que o errado é certo. Há acadêmicos analfabetos de conscientização tão ignorantes como qualquer um leigo. Quando se aprende errado, dificilmente compreende-se o que é o correto. Por isso os problemas brasileiros são complexos e enquanto uma tenta acertar, a maioria pensa o contrário. Ainda bem que para compensar nossa cegueira, Deus que é brasileiro criou (além de cristo para salvar-nos do pecado) brasileiros como Darci Ribeiro, Gilberto Freire, e tantos outros para salvar-nos da ignorância.
12 de Abril de 2008 15:07
Ismael C disse...
Grande Ede, parabéns pela matéria. Só acrescentando: um povo culto é fruto de um povo rico!
E para propiciar riqueza em nosso pais, alguns ajustes tem que necessáriamente ser feitos. O mais relevante é uma reforma tributária. Quase 40% do PIB, atrás apenas da França e Itália, é nossa carga tributária. Nossa cesta de tributos é em sua maioria taxada no consumo. Quem ganha um salário mínimo, paga sobre uma refeição o mesmo imposto de quem ganha 10, 50 ou 100 salários. 40%!!! Além disso, é facil governar com caixa folgado e vazando por todos os lados. Uma reforma administrativa é necessária, para que gastos sejam cortados e sobrem mais verbas para as necessidades básicas (saúde, educação, segurança, infra estrutura, etc.)E uma reforma drastica nas leis trabalhistas.O velho Marx continua certo: o capital abre todas as portas.
16 de Maio de 2008 17:53
2 comentários:
Bem oportuna esta matéria. Se fossemos analisar os efeitos danosos que vivemos e sofremos, causados pela ausência da educação e principalmente da cultura, durante quase toda a história política e social do nosso Pais, talvez entendêssemos os absurdos que ainda comentemos.
Como somos uma nação despolitizada, sem acesso a educação, tornamo-nos uma sociedade cega, incapaz de ter uma visão geral dos absurdos que nos rodeiam e com isto perdemos a oportunidade de correção (de se auto-corrigir). Praticamos os mesmos erros, achando que o errado é certo. Há acadêmicos analfabetos de conscientização tão ignorantes como qualquer um leigo. Quando se aprende errado, dificilmente compreende-se o que é o correto. Por isso os problemas brasileiros são complexos e enquanto uma tenta acertar, a maioria pensa o contrário. Ainda bem que para compensar nossa cegueira, Deus que é brasileiro criou (além de cristo para salvar-nos do pecado) brasileiros como Darci Ribeiro, Gilberto Freire, e tantos outros para salvar-nos da ignorância.
Grande Ede, parabéns pela matéria. Só acrescentando: um povo culto é fruto de um povo rico!
E para propiciar riqueza em nosso pais, alguns ajustes tem que necessáriamente ser feitos. O mais relevante é uma reforma tributária. Quase 40% do PIB, atrás apenas da França e Itália, é nossa carga tributária. Nossa cesta de tributos é em sua maioria taxada no consumo. Quem ganha um salário mínimo, paga sobre uma refeição o mesmo imposto de quem ganha 10, 50 ou 100 salários. 40%!!! Além disso, é facil governar com caixa folgado e vazando por todos os lados. Uma reforma administrativa é necessária, para que gastos sejam cortados e sobrem mais verbas para as necessidades básicas (saúde, educação, segurança, infra estrutura, etc.)E uma reforma drastica nas leis trabalhistas.O velho Marx continua certo: o capital abre todas as portas.
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