O Nordeste é reconhecidamente uma região de longos períodos de estiagem. Quando falamos em Nordeste a imagem de seca toma a tela da nossa mente. Mas o que pouco se sabe é que as enchentes também fizeram, e ainda fazem muitas vítimas na região.
O Ceará é um dos estados que mais sofre, tanto com a seca quanto com as enchentes. O Oróz é um dos principais açudes que abastece regiões do estado: denota tristeza quando está seco e faz medo quando está cheio. No sertão do Moxotó, temos o açude do poço da cruz, na cidade de Ibimirim, que atualmente está cheio e recebendo muitos metros cúbicos de água, devido a grande quantidade de chuvas que vem acontecendo em todo o estado, causando preocupação com o um possível desabamento, o que tecnicamente está fora de cogitação.
Quem realmente não conhece ou não se lembra deste fenômeno(enchentes) em outras épocas, com certeza está achando distorcidas as manchetes que estão sendo noticiadas na mídia ("acha-se que não se trata do Nordeste do País"):
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O número de municípios atingidos e de famílias desabrigadas por causa das fortes chuvas que atingem a Região Nordeste continua aumentando. Segundo dados da Secretaria Nacional de Defesa Civil (Sedec), órgão ligado ao Ministério da Integração Nacional, o número de municípios atingidos pelas chuvas no Nordeste já chega a 250 e os afetados somam 415.691 (folha on-line).
Este paradoxo sempre existiu. As enchentes não são exclusividade sulista. Como também não é a seca exclusividade nordestina. É como dizia a profecia de António Conselheiro: "Um dia o sertão vai virar mar e o mar vai virar o sertão".
O cantor Raimundo Fagner, anos atrás, gravou uma música chamando atenção para o Brasil, dizendo que no Nordeste não só de seca morre-se o nordestino. Morre-se também de vergonha, de desespero, sem emprego, sem educação, e também se vive, principalmente, sem razão. E para consumar sua desventura, quando não é seca é enchente e a vida continua nessa dialética sem solução.
Titulo da Música: Orós 2 Artista: Fagner
O Ceará é um dos estados que mais sofre, tanto com a seca quanto com as enchentes. O Oróz é um dos principais açudes que abastece regiões do estado: denota tristeza quando está seco e faz medo quando está cheio. No sertão do Moxotó, temos o açude do poço da cruz, na cidade de Ibimirim, que atualmente está cheio e recebendo muitos metros cúbicos de água, devido a grande quantidade de chuvas que vem acontecendo em todo o estado, causando preocupação com o um possível desabamento, o que tecnicamente está fora de cogitação.
Quem realmente não conhece ou não se lembra deste fenômeno(enchentes) em outras épocas, com certeza está achando distorcidas as manchetes que estão sendo noticiadas na mídia ("acha-se que não se trata do Nordeste do País"):
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O número de municípios atingidos e de famílias desabrigadas por causa das fortes chuvas que atingem a Região Nordeste continua aumentando. Segundo dados da Secretaria Nacional de Defesa Civil (Sedec), órgão ligado ao Ministério da Integração Nacional, o número de municípios atingidos pelas chuvas no Nordeste já chega a 250 e os afetados somam 415.691 (folha on-line).
Este paradoxo sempre existiu. As enchentes não são exclusividade sulista. Como também não é a seca exclusividade nordestina. É como dizia a profecia de António Conselheiro: "Um dia o sertão vai virar mar e o mar vai virar o sertão".
O cantor Raimundo Fagner, anos atrás, gravou uma música chamando atenção para o Brasil, dizendo que no Nordeste não só de seca morre-se o nordestino. Morre-se também de vergonha, de desespero, sem emprego, sem educação, e também se vive, principalmente, sem razão. E para consumar sua desventura, quando não é seca é enchente e a vida continua nessa dialética sem solução.
Titulo da Música: Orós 2 Artista: Fagner
"Não tem só seca no sertão
Quase acabava meu mundo
Quando o Orós impanzinô
Se rebentasse matava
Tudo que a gente plantô
Se não é seca é enchente
Ai, ai, como somo sofredô
Eu só queria saber
O que foi que o Norte fez
Pra vivê nesse pená
Todo nortista é devoto
Não se deita sem rezar
Se não é seca, é enchente, dotô
Que explicação me dá ?
Se o sulista se zangá
Dele eu não tiro a razão
Lá vem a mesma cunversa
Ou ajuda teu irmão
É triste um caboclo forte, dotô,
Ter que estender a mão
Não é só falar de seca
Não tem só seca no serão ... "
Dizem os mais antigos que as enchentes acontecem devido as súplicas exageradas feitas pelos sertanejos, durante os terços e novenas em dia de São José e em épocas de grandes períodos de estiagem. Como recompensa o santo abre as portas do céu sem piedade.
A música súplica cearense, cantada por Jackson do Pandeiro e Luiz Gonzaga, retrata esta boa vontade do céu cumprindo as suplicas cearenses.
Letra: Súplica Cearense
Composição: Gordurinha e Nelinho
"Oh! Deus, perdoe este pobre coitado
Que de joelhos rezou um bocado
Pedindo pra chuva cair sem parar
Oh! Deus, será que o senhor se zangou
E só por isso o sol arretirou
Fazendo cair toda a chuva que há
Senhor, eu pedi para o sol se esconder um tiquinho
Pedir pra chover, mas chover de mansinho
Pra ver se nascia uma planta no chão
Oh! Deus, se eu não rezei direito o Senhor me perdoe,
Eu acho que a culpa foi
Desse pobre que nem sabe fazer oração
Meu Deus, perdoe eu encher os meus olhos de água
E ter-lhe pedido cheinho de mágoa
Pro sol inclemente se arretirar
Desculpe eu pedir a toda hora pra chegar o inverno
Desculpe eu pedir para acabar com o inferno
Que sempre queimou o meu Ceará"
Um comentário:
"No Nordeste não só de seca morre-se o nordestino. Morre-se também de vergonha, de desespero, sem emprego, sem educação, e também se vive, principalmente, sem razão".
Destaco o recorte acima do seu texto. Excelente.
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