terça-feira, 24 de fevereiro de 2015

Sobre gasolina, corrupção e eleições 2014.

Você precisa saber da piscina, da margarina, da Carolina, da gasolina...” no trecho inicial do clássico do movimento tropicalista, a canção “Baby”, escrita por Caetano Veloso e interpretado com a voz sempre magnífica de Gal Costa, esses baianos, nos trazem o sonho da Cultura Pop nos 60/70 onde eles listam coisas que fazem parte do movimento consumista daquela época.



Você precisa saber da piscina, da margarina, da Carolina, da gasolina...” no trecho inicial do clássico do movimento tropicalista, a canção “Baby”, escrita por Caetano Veloso e interpretado com a voz sempre magnífica de Gal Costa, esses baianos, nos trazem o sonho da Cultura Pop nos 60/70 onde eles listam coisas que fazem parte do movimento consumista daquela época. Embora tenha iniciado esse texto com a canção é bem provável, caro leitor, que seja necessário se distanciar dessa obra prima, para poder falar de tempos mais atuais.
Durante todo processo eleitoral utilizei-me do direito ao silêncio, os colegas não me viram nos corredores da universidade defendendo cordões ou até mesmo, nas habituais postagens das redes sociais manifestando minha opinião sobre os presidenciáveis.
Embora estivesse calado, não significou que deixei de levar a diante a minha missão política, fosse no meu trabalho, no seio de minha família ou em qualquer ambiente que achei pertinente, mas sem defender projeto A, B, C ou D, por que normalmente quando falamos em Eleições, geralmente nos retemos a dicotomia, onde o mundo parece estar dividido em bons e maus. Não vi debates, as postagens do Facebook, só li, quando obrigado, e fiquei até chateado quando um sábio e respeitado colega, me incluiu em marcação “Professores com Dilma!”, elegantemente retirei meu nome da marcação e, espero não ter magoado o nobre amigo.
Pois bem, já que citei a missão política acho interessante deixar claro alguns pontos: sou e sempre serei a favor das minorias, não concordo com a discriminação sobre qualquer forma, não acredito que o poder econômico tenha a solução para os problemas da humanidade e que lucro deve vir em primeiro lugar. Por isso, defendo uma Educação Pública e que ela seja para todos e de qualidade, por isso reconheço que a tudo que é publico deve ser tratado com zelo, idoneidade, austeridade, respeito. Sou de esquerda? Direita? Não sei se essa geometria dualista me serve. Porém é certo, que espero nunca me acovardar diante de uma boa briga em defesa da vida. Sou contra alienação, e como diria Paulo Freire na sua Pedagogia da Autonomia, prezo pela ética universal, uma que é inquestionável.
Não vi, ao menos com seriedade, nenhum dos presidenciáveis apresentar propostas concretas para os grandes problemas do nosso país, entra governo e sai governo, e Amazônia pena, a corrupção perdura, os grandes projetos não passam de molas propulsoras para  fins eleitoreiros. E Educação, embora enxergue melhorias e avanços, ainda é uma velha desconhecida de quem governa esse país, digo isso porque os números atuais arramados a mil e um indicadores, muitas vezes não refletem a real situação de muitas escolas, digo isso com a propriedade de quem no último teve oportunidade de dialogar com brasileiros e professores de pelo menos 3 regiões distintas do nosso Brasil.
As eleições foram singulares pelos tantos acontecimentos, porém em nenhuma das eleições que participei estive tão angustiado pelo direito, aliás do dever de votar, especialmente no segundo turno, pois não anularia meu voto, pelo contrário eu voto por consciência, voto para cobrar depois, por isso, destaquei na minha primeira e única postagem das eleições 2014 “que discursinho presidenta Dilma”, pois naquela noite eu esperava mais de quem governa a nação.
A corrupção? Fora Dilma? Nordeste X Sul e Sudeste? O que mais vão inventar? Aliás, que tipo de movimentos medíocres irão fomentar a fim de causar caos e instabilidade política em um país que já tem sido fragilizado?
Quem usa da máquina pública para obter lucro deve ser punido! A própria estrutura deve ser desmontada banida da estrutura pública nas suas mais variadas instâncias e, sobretudo, das nossas ações diárias, que muitas vezes são um reflexo do maior problema de nosso país.
Quem não admite que as eleições passaram, quem fomenta movimentos idiotas para derrubar a atual e eleita presidenta, passa longe de querer justiça, passa longe de querer mudança, mudança se faz com Educação, mudança até se faz com a revolução, porém não é a revolução a mando da elite. Os resultados estão aí, desde o primeiro turno quando tínhamos mais de 5 candidatos, a grande maioria dos votos optou pela dicotomia, o país assim como os municípios não tem coragem de mudar, não apostam, não votam pela mudança e sim, pela simpatia que tem por uma ou outra corrente política.
E a gasolina? Já subiu... mas nem por isso me convence de que assim tinha que ser. O que isto tem haver com tudo que falei? Gasolina a R$ 3,20 só interessa ao mercado! E sobre isso que falava no início do texto, temos que cuidar das pessoas e não poder econômico. Então postaram “mas no tempo de FHC...” espera aí, desde quando tudo agora é justificado a partir de comparações entre governo PT e governo PSDB? Mas alguém postou, compre uma bicicleta... tudo bem... já fiz isso, mas conheço um punhado de coisas que se tem para fazer, a gasolina não incide sobre o meu transporte individual, entendeu companheiro? Reclamo, porque não admito!
Por fim, peço... assim como na canção... Baby, você precisa saber de mim, saber das coisas daqui!
Registro também meu agradecimento ao incansável redator deste jornal que pacientemente me provocou e cobrou... Zé de Nica, a você meu respeito e admiração. Obrigado.
José Luiz Cavalcante


Universidade Estadual da Paraíba



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