sábado, 11 de fevereiro de 2012

MUSEU RURAL DA FAZENDA SOARES PROMOVEU UMA MANHÃ SERTANEJA


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Os Soares são uma família tradicional de fazenda. Possivelmente umas da mais conhecida e mais respeitada na região. Localizada no Sitio Lagoa de Baixo, município de Tupanatinga, a Fazenda Soares de propriedade do Sr. Enesio e Dona Jovelina, sempre chamaram atenção da região, pela hospitalidade, grandiosidade e respeito que a família conservava.

Kelsen, Gerente do BB,Nildo,Josias Soares
Dona Jovelina  representava na região espelho de uma grande senhora que nascera preparada para o oficio da educação e administração de um verdadeiro lar de família de uma grande fazenda, a qual cuidava com amor e muito zelo. Religiosa sempre pregava o dom da servidão e generosidade tantos aos filhos como aos que o admirava.

Grande encontro :Jaci, Deja, Pedro de Zeca e Elias Maluco 
Seu Enesio, homem de sabedora nata, trabalhou, lutou, suou e prosperou com a ajuda de Deus em tempos impossíveis e difíceis. Seu maior patrimônio com certeza foi à própria família que hoje o imortaliza sempre com boas recordações e o repasse de bons conselhos e sabias decisões.
O Museu da família, poderá se constituir e registrar na memoria da região os usos e costumes do homem do campo. E é o que está se construindo na fazenda de Nildo Soares, um dos filhos da família Soares.

Ainda aos pouco juntando historias, estórias, causos, peças antigas, como gibão, saco de estopa, etc. Também não poderia faltar a boa cachaça com casca de pau para o mal nos curar. É o que garante é próprio Nildo, que já tem seguidores que garante que a casca de pau misturada com a cachaça serve para todo o tipo mal. Cura o mal pela raiz, levanta o que ta caído, anima o que está esquecido, faz o velho ficar moço e por aí vai.

O idealizador deste espaço tinha a mãe como um sabia senhora que com muita Fé rezava na própria família e os curava de certa forma de alguns males, mas era à base de oração. Mas o Sr. Nildo explica que a misturada já é medicinal desde os tempos dos seus avós e bisavós. Mas não vamos discutir a eficácia da cachaça.

A pinga é servida em uma mesa que é um tronco de madeira
Todos que vão ao museu aprovam principalmente a pinga “Pau dentro” que fortalece os ossos. Varias pessoas já tem visitado o Museu, domingo passado foi interessante o encontro de amigos e animado pelos maiores sanfoneiros da região, Pedro de Zeca e Elias Maluco, mas não ficou só na sanfona. Os irmãos Soares tem a tradição de grandes violeiros, se não tivessem pendurado a viola, com certeza estaria no topo tal quanto Chitãozinho e Xororó. E foi com a presença dos irmãos Josias, Deja e Jaci e que o encontro de sanfoneiros e violeiros tive momentos de pura emoção.
Marcaram Presença no encontro, o Prefeito Manoel Tomé e Secretarios Tiana Guimaraes, Ivanio Tenorio e Eliane Ferro.

Enquanto estamos apreciando os objetos expostos, o Sr. Nildo vai cantando os versos da muisica abaixo que é uma atinga canção cantada pela depla sertaneja  ,Chitãozinho e Chororó.
Chitãozinho & Xororó

Um saco de estopa com embira amarrado,
Eu tenho guardado a minha paixão,
Uma bota velha, chapéu cor de ouro, bainha de couro e um velho
facão,
Tenho um par de esporas, um rêio e um laço,
Um punhal de aço, rabo de tatu, tenho uma guaiaca ainda
perfeita,
Caprichada e feita, só de couro crú.

Do lampião quebrado só resta o pavíu,
Pra lembrar o frio eu também guardei
Um pelego branco que perdeu o pelo apesar do zelo com que eu
cuidei

Também um cachimbo de cano Colombo
Quantos pernilongos com ele espantei,
Um estrito esquerdo que eu guardei com jeito,
Porque o direito na cerca eu quebrei.

A nota fiscal já toda amarela, da primeira sela que eu mesmo
comprei,
Lá em soliedá, na casa da cinta, 230 na hora eu paguei,
Também o recibo já todo amassado, primeiro ordenado que eu
faturei,
É a minha traia num saco amarrado num canto encostado que eu
sempre guardei.

Pra mim representa um belo passado
A lida de gado que eu sempre gostei
Assim enfrentado um trabalho duro, eu fiz o futuro sem violar a
lei,
O saco é relíquia com os seus apetrechos,
Não vendo e nem deixo ninguém por a mão
Nos trancos da vida agüentei entacto e o ouro do saco é a
recordação.

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