terça-feira, 18 de setembro de 2012

REFLEXÃO POLÍTICA : O voto como instrumento da democracia

Por Luis Wellysson

Política é um assunto controverso e polêmico em qualquer situação. Um campo cheio de convicções, ideologias e paixões só podem levar a discussões ardorosas. No entanto, apesar de esses debates intensos permanecerem são cada vez mais levados por interesses do que por ideais. Nós não sentimos mais uma verdadeira disputa de sonhos e ideologias no meio político. Tudo nos parece cada vez mais distante e falso. Talvez por isso, nós mesmos não consigamos ter opiniões formadas sobre tantos assuntos. Porque, ou não sentimos que nos tocam, ou não acreditamos que nossas opiniões valham de alguma coisa.

Vou me ater na discussão sobre a obrigatoriedade do voto em nosso país: em uma democracia nada é mais aclamado que a liberdade. Então, como uma das ferramentas mais importantes dessa forma de governo o voto livre e consciente se dá ao luxo de ser uma obrigação e não um direito.

A obrigatoriedade facilita para que coronéis da política comprem seus votos nos currais eleitorais do país a troco de botijões de gás ou mesmo de um sabonete ou toalha, em nome da simplicidade do povo. Por outro lado, por vivermos em um país onde faz falta a educação e o esclarecimento político, o voto facultativo acabaria levando às urnas, principalmente, aqueles cujos votos já estão atrelados ao candidato comprador, enquanto muitos esclarecidos deixariam de votar por comodidade ou descrença. De qualquer forma, então, a votação não refletiria a real opção do país.

Fica cada vez mais claro que o problema não está apenas nos nossos políticos, tal como afirma os eleitores, mais sim neles próprios que não conseguem fazer um bom uso dessa ferramenta tão importante postas em suas mãos, o voto, que é um brinde a democracia; que foi tão ardoroso para nosso povo conseguir chegar a esse tal de “Estado Democrático de Direito”.

Mas será que conseguiríamos convencer a população a se expressar, a levar adiante sua vontade através do voto, quando vemos que quase ninguém é capaz de satisfazer a fome do país por correção e princípios? Será que os eleitores se animariam a sair de suas casas e entregarem seu voto sem esperança de que isso fosse surtir algum efeito positivo em nossa realidade?


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